quinta-feira, 21 de junho de 2012

A Saga de Valentin Tramontina.


PORTEIRO DA ZONA

  Não havia no povoado pior emprego do que 'porteiro da zona'.
Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem?
 O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, não tinha
nenhuma outra atividade ou ofício.
 Um dia, entrou como gerente da zona de baixo meretrício, um jovem cheio de idéias, criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento.
 Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções.
 Ao porteiro disse:
 - A partir de hoje, o senhor, além de ficar na portaria, vai preparar
um relatório semanal onde registrará a quantidade de pessoas que
entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços.
 - Eu adoraria fazer isso, senhor, balbuciou - Mas eu não sei ler nem
escrever.
 - Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, já não poderá seguir trabalhando aqui.
 - Mas senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida 
inteira, não sei fazer outra coisa.
 - Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo senhor.  
 Vamos 
dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo que fazer. Eu 
sinto muito e que tenha sorte.
 Dito isso, deu meia volta e foi embora. O porteiro sentiu como se o
mundo desmoronasse. Que fazer?
 Lembrou que no prostíbulo, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, 
ele a arrumava, com cuidado e carinho.
 Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um
emprego.
 Mas só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal
conservado.
 Usaria o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de ferramentas completa.
 Como o povoado não tinha casa de ferragens, deveria viajar dois dias 
em uma mula para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra.

 E assim fez.
 No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta:
 - Venho perguntar se você tem um martelo para me emprestar.
 - Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar, já
que... 
 - Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo.
 - Se é assim, está bem.
 Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e 
disse:
 - Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para
mim?
 - Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a casa de
ferragens  mais próxima está a dois dias de viagem, de mula.
 - Façamos um trato - disse o vizinho.
 Eu pagarei os dias de ida e volta, mais o preço do martelo, já que
 você está sem trabalho no momento. Que lhe parece?
 Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias. Aceitou.
 Voltou a montar na sua mula e viajou.
 No seu regresso, outro vizinho o  esperava na porta de sua casa.
 - Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo.
 Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe seus 
dias de viagem,  mais um pequeno lucro para que você as compre para 
mim, pois não disponho de tempo para viajar para fazer compras.
 Que lhe parece?
 O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um 
alicate, uma chave de fenda, um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi 
embora. E nosso amigo guardou as palavras que escutara: 'não disponho de tempo para viajar para fazer compras'.
 Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse
para trazer as ferramentas.
 Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro, trazendo mais 
ferramentas do que as que já havia  vendido.
 De fato, poderia economizar algum tempo em viagens.
 A notícia começou a  se espalhar pelo povoado e muitos, querendo
economizar a viagem, faziam  encomendas.
 Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e 
trazia o que precisavam seus clientes.
 Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e alguns 
meses depois,  comprou uma vitrine e um balcão e transformou o galpão na primeira  loja de ferragens do povoado.   
 Todos estavam 
contentes e compravam dele.
Já não viajava, os fabricantes lhe enviavam os pedidos. Ele era um
bom cliente. Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam 
comprar na sua loja de ferragens, a ter de gastar dias em viagens.
 Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e
pensou que este poderia fabricar as cabeças dos martelos.
 E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as
talhadeiras, etc ...
 E após foram os pregos e os parafusos...
 Em poucos anos, ele se transformou, com seu trabalho, em um rico e 
próspero fabricante de ferramentas.
Um dia decidiu doar uma escola ao povoado.
 Nela, além de ler e escrever,  as crianças aprenderiam algum
ofício.
 No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves
da cidade, o abraçou e disse:

      - É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a honra de colocar a sua assinatura na primeira página do livro de atas 
desta nova escola.
- A honra seria minha, disse o homem. Seria a coisa que mais me daria 
prazer, assinar o livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou 
analfabeto.
- O Senhor ? disse incrédulo o prefeito. O senhor construiu um 
império industrial sem saber ler nem escrever? Estou abismado.  Eu
pergunto:
- O que teria sido do senhor se soubesse ler e escrever?
- Isso eu posso responder, disse o homem com toda a calma:
 - Se eu 
soubesse ler e escrever... ainda seria o 
    PORTEIRO DA ZONA!
     
      Essa história é verídica, e refere-se a um grande industrial
chamado... 

      Valentin Tramontina,

      fundador das Indústrias Tramontina, que hoje tem 10 fábricas, 5.500 empregados, produz 24 milhões de unidades variadas por mês e exporta com marca própria para mais de 120 países – é a única empresa
genuinamente brasileira nessa condição. A cidadezinha citada é
Carlos Barbosa, e fica no interior do Rio Grande do Sul



 CONCLUSÃO : Uma lição para  todos!

      Geralmente as mudanças são vistas como adversidades.
As adversidades podem  ser bênçãos.

      As crises estão cheias de oportunidades.

      Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto,
procure as janelas.

      Lembre-se da sabedoria da água:

      'A água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna'.

      Que a sua vida seja cheia de vitórias, não importa se são grandes ou pequenas, o importante é comemorar cada uma delas.



Extraido e Adaptado

     
Pr. Moisés Barboni Castorino Brandão
" Porque  Ele Vive Posso Crer No Amanhã, Então:

  Vivo o Milagre de Viver " !!!
" Eu sei de onde VIM, sei onde ESTOU e sei para ONDE VOU "! ALELUIA !!!

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